terça-feira, 10 de dezembro de 2019

natureza morta

Atravesso a rua com falsa pressa. A lama tóxica rompe as barreiras. São lágrimas; deixam sulcos na minha casca... Rasos, perto dos que eu tenho dentro dela.
O vento me sopra e incomoda; um carinho que eu não mereço. Queria estar dormente como meus pés estão. Raízes podres? Não sei. Movem-se sozinhas, desconectadas de mim. Talvez elas que atravessem a rua.
Eu ainda estou aqui.

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