domingo, 16 de setembro de 2012

Indespedida

Vazia era a casa quando ele a deixou
Vazio era o coração de quem se queixou
Pois um dia era cheio (de alegria)
E agora cheio de vazio e dor.

Bateu a porta sem questão de se virar
Um barulho silencioso que não me deixou acordar
Mas estava (ou melhor, não estava) lá
O vazio que deixara ao me deixar.

Talvez soubesse, talvez não
Que enquanto abraçava a estrada
Eu abraçava o chão.

Tão silenciosa quanto os sons que (não) emitiu
Caía aos prantos a noite, lembrando-se de quem (a) partiu
Mas, mesmo quebrada, levantava-se toda vez
Pois antes chorar por uma despedida do que chorar por quem não a fez.